

Contextualização:
Los tamborileros tocan, mientras caminan — a menudo varios quilómetros—, con un palo en la mano derecha y con la mano izquierda desnuda, dando así origen a un rico complejo de sonidos. El toque de la llamada, fundamental para la especie llamada candombe, establece, durante el carnaval, una inconmovible base para el canto y el baile de grandes agrupaciones (llamadas oficialmente conjuntos lubolos, o de negros y lubolos , o etcétera, de acuerdo con el humor de los burócratas). A través de las décadas, el repertorio de canciones de estos grupos ha incluido, además del candombe, también otras especies como el milongón y el afro. (AHARONIÁN. 2007)
O Candombe uruguaio é um gênero musical de matriz africana originalmente associado ao carnaval de Montevideo e a região da Bacia do Prata. A base deste ritmo é formada por três tipos de tambores que tem sua construção muito semelhante a de um barril.
fotografia do tambor "piano" de uma cuerda de candombe .
O grupo de de tambores de candombe é chamado de “cuerda de tambores” e são tocados com a mão e baqueta (palo e mano). Grande parte da população de origem africana trabalhava nos portos, onde tal objeto era farto. Os três tambores são chamados de chico (tambor menor e mais agudo), repique (tambor intermediário e improvisador) e piano (de maior tamanho e de couro mais grosso).
Ilustração dos três tambores de candombe com seus respectivos palo. (FERREIRA,1997, p.78)
A figura rítmica do tambor piano se distingue entre 3 sotaques dos grupos de candombe. Cada “sotaque” é ligado à uma maneira de tocar o tambor piano associados a determinadas regiões, bairros de Montevidéo, e suas respectivas famílias. Estes sotaques são conhecidos como Ansina, Cuareim e Cordón.
“Cada bairro possui um toque característico que sempre é relacionado à rua por onde desfilam as cuerdas de tambores. O toque que caracteriza cada bairro é executado pelo tambor piano. No bairro Sul, se executa o toque Madre Cuareim, no bairro Palermo, o toque Madre Ansina, e no bairro Cordón Norte, o toque Madre Cordón. (...) os nomes Ansina, Cuareim e Gaboto, provém dos nomes das ruas significativas dos bairros Sur e Palermo e Cordón, tradicionalmente ambos afro-montevideanos, e antigamente, afro-italo-montevideanos.”
(FERREIRA, Luiz. 1997)
Na década de 1940, as orquestras do Uruguai, influenciadas pelo tango e pelas músicas afro-caribenhas, mesclaram os tambores do candombe a instrumentação típica de uma orquestra. Romeo Gaviolli e Pedro Ferreira são maestros importantes deste período e a apreciação de suas obras é imprescindível para a compreensão da expansão do candombe das ruas para os palcos.
Romeo Gavioli y su orquesta típica:
Pedro Ferreira y su Orquesta Cubanacán:
Por volta dos anos 60 com o ritmo afro uruguaio já tendo conquistado o orgulho nacional, surgem os Candombe beat, fusion, jazz e rock. Mesclando o candombe com gêneros estrangeiros, a música uruguaia conquista o mundo tendo os artistas Ruben Rada, Eduardo Mateo e Hugo Fattoruso (OPA trio) como seus maiores expoentes.
Hugo Fattorusso
Tonos Negros (Candombe de Hoy)
Desenvolvimento:
-
Após contextualizar o candombe uruguaio e apreciar algumas gravações dos artistas relevantes deste gênero, posicionar o grupo em roda e em pé.
-
Realizar coreografia estilizadada e inspirada no candombe que consiste em dar 3 passos lateralmente e terminar com um leve salto na mesma direção e repetir a sequência para o outro lado. Como no esquema abaixo:
-
Apresentar o vocalize referente ao tambor CHICO (tererê, tererê…), marcando o pulso e a quadratura (4/4) com o corpo, se possível realizando o movimento inspirado no candombe.
-
Repita a mesma sequência para os tambores REPIQUE (toca bem, toca bom, toca bum bum bum) e PIANO (tambor também tem dor), sempre obedecendo a partitura abaixo.
-
Os vocalizes para os tambores ajudam na memorização de seus respectivos ostinatos. Além dessas 3 figuras rítmicas a proposta também inclui a clave tocada ao percutir o “palo” no corpo do tambor. Este ostinato é tocado tradicionalmente para iniciar uma cuerda de candombe e se mantém como clave durante a música inteira. O PALO será cantado com a frase “candomblé, candombe”.
-
Após apresentar todos vocalizes dos tambores, dividir a turma em 4 grupos. Cada grupo fica responsável por um ostinato, cantando e marcando a pulsação com alguma movimentação do corpo.
-
Em seguida, os participantes devem cantar ao mesmo tempo que percutem o corpo em uníssono com as frases. É recomendável sempre buscar encontrar timbres e alturas de percussão corporal que sejam referentes as gradações das frequências dos tambores e do palo. Onde a palma para a madeira (mais agudo) e a pisada no chão para o tambor piano (mais grave) são exemplos fáceis de realizar.
-
Após realizarem este primeiro desafio os grupos devem trocar de ostinato/vocalize realizar todas etapas anteriores e repetir todo o processo até que todos tenham cantado e percutido os ostinatos presentes na partitura.
-
Por fim, se a sala dispuser de instrumentos de percussão, adaptar os registros almejados numa cuerda de candombe para os instrumentos disponíveis e transpor o que foi apreendido. Se possível, andando em cortejo!




Repique
Piano
Chico
Materiais:
-
Aparelho de som conectado à rede de internet
-
Espaço amplo que possibilite deslocamentos e dança
-
Instrumentos de percussão (tambores e clave)
Bibliografia:
Aharonián, C. Músicas populares del Uruguay [en línea]. Montevideo : Udelar.CSEP, 2007.
FERREIRA, Luiz. Los tambores del candombe. Buenos Aires: Ediciones Colihue-Sepé, 1997.
Otesbelgue, Gustavo de Oliveira. O CANDOMBE AFRO-URUGUAIO E O PROCESSO COMPOSICIONAL DE LINHAS AO VENTO I - PARA VIOLÃO SOLO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS. Pelotas, 2021.
PORTALCANDONBE. Artistas del Candombe. Disponível em: https://www.candombe.com.uy/ . Acesso em: 7 março. 2024.
TRAIGAN CANDOMBE, 2015. PATRIMONIO CULTURAL INMATERIAL PCI https://youtu.be/7QdmTe9TDvU?feature=shared Acesso em: 7 março. 2024